Depois da estrada de macadame começa o bairro, um aglomerado caótico de barracas, coladas umas às outras, a tombar para a estrada principal Cruzamos-nos com homens de bubu, de mulheres derreadas pelo peso de crianças às costas e de crianças mirradas respirando fome Aos poucos, pelo peso do hábito, adormecem os sentimentos dentro de nós Subo até uma porta verde Um miúdo, sentado na soleira ao lado da porta verde, envia-me um sorriso tímido enquanto me aproximo Brinca com o que resta dum velho rádio Acaricio-lhe a cabeça e dou-lhe uma pequena moeda de 100 francos diante o olhar melado de sua mãe que lava roupa alguns passos mais abaixo Volto a olhar as barracas, ao lado umas das outras, inclinadas para a base do morro, como penitentes em perpétua oração
Deixado o garoto de sua mãe metemos-nos por um estreito caminho e paramos num pequeno pátio inclinado, coberto por velhas chapas de zinco Uma velha senhora traz-nos de imediato duas cadeiras onde nos sentamos Depois fala-nos de seus projectos Como nós podemos constatar, algumas vezes que passámos por aqui, começou um pequeno trabalho de oração na sua casa há algum tempo mas esta tornou-se pequena e teve de passar a reunião para a rua aproveitando o seu pequeno pátio e os dos vizinhos Fiquei maravilhado com esta entrega e dedicação Depois mostrou-nos um terreno que lhe foi oferecido onde tenciona fazer um hangar com chapas de zinco e ali continuar o seu ministério Deixei-lhe menos de 1€ para que pudesse comprar um pouco de peixe para comer com outra velha senhora que acolheu em casa depois desta ter sido escorraçada pelo próprio filho E deixei também a promessa de falar dela Quem sabe alguém pode ajudá-la!
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